terça-feira, 17 de junho de 2008

Arte Cinética



A arte cinética, também conhecida como Cinetismo, é uma corrente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos ou ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças. Artistas como Marcel Duchamp (1887-1968), Alexander Calder (1898-1976), Vasarely (1908), Jesus Raphael Soto (1923), Abraham Palatinik (1928), Yaacov Agam (1928), Jean Tinguely (1925), Pol Bury (1922) são apontados como expoentes desta linguagem. O termo cinético está etimologicamente ligado à ideia de movimento. Na tradição artística, é possível localizá-lo, por exemplo, no Manifesto Realista de Antoine Pevsner (1886-1962) e Naum Gabo (1890-1977), em escritos de László Moholy-Nagy (1895-1946) e nas páginas da revista de arte argentina Madí (1946), ainda que saibamos ser a preocupação com o movimento nas artes visuais muito mais antiga, aos animais representados nas paredes de Lascaux. A especificidade da arte cinética, dizem os estudiosos, é que nela o movimento constitui o princípio de estruturação. O Cinetismo rompe assim com a condição estática da pintura, apresentando a obra como um objecto móvel, que não apenas traduz ou representa o movimento, mas está em movimento. Ao observador cabe contemplar o movimento inscrito nas obras, "desenhos quadridimensionais", como quer Calder. A arte cinética, por introduzir na obra de arte o movimento real, defronta-se com um problema básico que é a receptividade, inerente ao movimento mecânico. Esta questão foi indirectamente levantada por Mário Pedrosa, ao sugerir a Palatnik que passasse da mecânica para a electrónica. Esta questão atormentou todos os artistas que seguiram esse caminho, como Nicolas Schöffer, Le Parc, Jean-Tinguely e inclusive Alexandre Calder, que simplesmente livrou-se dele: excluiu o motor de sua móbiles e deixou que se movessem ao sopro casual da brisa.

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