terça-feira, 17 de junho de 2008





BODY ART (Arte do Corpo)



Body Art ou Arte do Corpo em português surgiu como reacção ao Minimalismo (formas geométricas) e à Arte Conceitual (arte da ideia), faz com que se manifestem as Artes Visuais.

Esta arte surgiu influenciada por diversos contextos históricos tais como:
· A disputa entre a URSS e o EUA; Guerra no Vietnam;
· A ida do Homem à Lua;
· O Movimento Hippie (liberdade sexual e pacifismo);
· Contra-cultura;
· E explosão da juventude.

Neste tipo de arte, que leva à reflexão, existe:
· constante utilização do corpo, por vezes até do próprio artista;
· Crítica à arte, dado que questiona e classifica estilos assim como a própria definição de Arte;
· Relaciona a Arte com o quotidiano;
· Tudo pela Arte, utilizando por vezes a dor, mutilações ou coisas bizarras;
· Várias técnicas tal como a pintura, as tatuagens, dançam, fotografias ou mesmo vídeos.

A Body Art ou Arte do Corpo popularizou-se na década de 1960, tendo-se espalhado por todo o mundo, muitas vezes assumindo o papel de um ritual ou até representação pública, havendo portanto ligações com o Happening e a Performance.
A partir da década de 90, este tipo de arte deixa de ser tão radical, “Arte pela arte”…
BODY ART (Arte do Corpo)


“Tudo pode ser usado como arte” (até o corpo)

A premissa acima citada provém de Marcel Duchamp, um revolucionário que se dedicou principalmente a destruir conceitos e a negar o estabelecido. Para ele tudo podia ser considerado arte e influenciava a corrente “Anti-arte”.
Marcel Duchamp, francês, nasceu em 1887, em Blainville-Crevon, perto de Rouen. Entre 1904 e 1905 estudou em Paris, na famosa Academia Julian. A partir de 1905 executou inúmeros desenhos humorísticos que foram publicados em jornais como Le Courier Français , Le Rire , entre outros. Duchamp realizou também aguarelas e pinturas por princípios impressionistas. Posteriormente enveredou na tendência pós-impressionista, realizando em 1910 o quadro "Portrait de l'Artiste". Neste mesmo ano, Marcel Duchamp experimentou o registo fauvista. Em 1911 o artista juntou-se aos irmãos, o escultor Raymond Duchamp-Villon e o pintor Jacques Villon, desenvolvendo a actividade artística em conjunto e, no ano seguinte, os três associaram-se ao grupo da Secção de Ouro (Section d'Or ). Influenciado pelos princípios estéticos do Cubismo e do Futurismo Italiano, Duchamp realizou uma série de pinturas de grande originalidade, nomeadamente a famosa o "Nu descendant l'escalier".
Instalado nos Estados Unidos, Marcel Ducamp iniciou nesse mesmo ano a publicação da revista The Blindman que se ligou a um movimento emergente na Europa, o Dadaísmo. Uma das pinturas mais conhecidas desta fase do artista é o quadro "L.H.O.O.Q.", de 1919, que apresentava uma reprodução da Mona Lisa (do pintor renascentista Leonardo da Vinci) com bigodes e barbicha. Na década de 20, Duchamp criou um conjunto de peças que denominou "Rotatives" e "Rotoreliefs", através das quais aborda o tema da máquina inútil. A partir de 1927 juntou-se ao movimento surrealista, realizando um vasto conjunto de trabalhos de entre os quais se destacam as cenografias para as exposições deste movimento realizadas em Paris em 1938 e em 1947. Enquanto membro desta corrente, Duchamp foi ainda responsável pela organização da mostra First Papers of Surrealism , apresentada em Nova Iorque em 1942. Entre 1936 a 1941 o artista produziu inúmeras caixas, denominadas "Boîte en valise", onde reuniu reproduções de pequena dimensão das suas principais obras, distribuindo-as pelos seus amigos e, em 1946, realizou a sua última obra, após o que se dedicou com inteira paixão ao jogo de xadrez. Marcel Duchamp viria a falecer em Neuilly-sur-Seine, em 1968. A sua obra, bastante original foi influenciada pelos principais movimentos estéticos de inícios do século, constituindo igualmente inspiração para inúmeras correntes, tais como o dadaísmo e o surrealismo. Desafiando continuamente todas as ideias tradicionais de arte assim como os seus limites, a sua obra demonstra e proclama a importância da ideia sobre o processo de execução, o que a torna precursora das tendências minimalistas e conceptualistas da segunda metade do século XX.


BODY ART (Arte do Corpo)

Vito Acconci
Este artista norte-americano, nasceu em 1940, em Nova Iorque. Estudou literatura no Holy Cross College, em Nova Iorque, entre 1958 e 1962, frequentando posteriormente a Universidade de Iowa (1960-1964).Iniciou a sua actividade artística no final dos anos sessenta, reagindo contra a rigidez matemática e a austeridade formal do movimento minimalista que se desenvolveu durante essa década. Procurou então exprimir-se artisticamente de forma intensa na tentativa de provocar reacções emotivas e apaixonadas no público.Opondo-se ao carácter comercial da arte, desenvolveu manifestações que se dirigiam directamente ao público. Desta forma, escolheu a performance como manifestação para concretizar as suas propostas! Realiza em Nova Iorque, em 1969, a sua primeira exposição individual.O uso do próprio corpo como tema e material de trabalho e veículo para a expressão liga-o ao movimento da Body Art. Nas acções que realizou, Acconci aborda normalmente temáticas ligadas à relação entre o homem, o sexo, o prazer e o desejo. Grande parte das performances foram documentadas em fotografias, como é o caso da acção "Seedbed", apresentada em 1972 em Nova Iorque.Em 1970 realizou trabalhos em vídeo e em película, de que é exemplo o filme Body Art, concretizado entre 1970 e 1972. Produziu também desenhos e colagens como "L'Attico Roma" (1972), uma colagem de fotografias à qual associa textos escritos com giz sobre cartão. Realizou ainda um conjunto de esculturas e de instalações que colocou em espaços urbanos, explorando o potencial da grande escala para estabelecer relações estranhas com os lugares em que as peças se inserem, de que é exemplo a peça "Multi-bed 4", de 1991.Foi professor de teoria de arte na School of Visual Arts de Nova Iorque entre 1968 e 1971.

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